o silêncio também diz

Publicado em 19/12/2011

Não importava quantas vezes você ia embora, era sempre a primeira vez. No fundo eu sabia que um dia te perderia de vista, e sabia também, em algum lugar ainda mais fundo dentro de mim, que eu nunca estaria preparada para isso, fosse daqui a um dia ou daqui a mil anos.
Publicado em 26/08/2011

Se os mesmos olhos que me procuram não querem me encontrar
Eu me perco esperando que você me queira por perto

vida sem, morte por

Publicado em 10/07/2011

Como eu poderia não falar em saudade?
Se meu corpo reclama quando você levanta da cama pra peparar o meu café.
Se quando você fecha os olhos eu imploro em silêncio para que você volte a ver o mundo, volte a olhar pra mim.
Se você volta, comemoro ainda em silêncio.
Te digo obrigada e você me pergunta por que
Eu digo esquece e te dou um beijo para que você possa realmente esquecer.
Vou te amando devagar, de um jeito que caiba na vida.
De um jeito que caiba em nós.
Se não couber a gente se conserta.
Desconserta as certezas.  
Inventa outra vida.
Desata os nós e cria um laço mais bonito.
Nessa, e noutras, decido que vou continuar vivendo por você.
Mesmo que eu morra de saudade todos os dias.

una aventura

Publicado em 07/07/2011

La verdad es que no es cobardía. Mi miedo es noble, estoy asustada, pero aún así sigo satisfaciendo esta necesidad, mía y nuestra de dar e recibir signos vitales del otro lado. Hoy te necesité mas, y los recuerdos me han alimentado, porque cuando estoy con ellos me siento segura.
Publicado em 29/06/2011

Eu não me desnudo quando escrevo, porque o que escrevo pode ser facilmente visto em meus olhos. Eu me desnudo quando o despertador toca.
Publicado em 24/06/2011

Não importa quão incompleto você se sinta, sempre haverá uma pá de coisas que terão de ser deixadas para trás. Exatamente aquelas coisas que uma mala nunca poderá levar. Mesmo se a mala for o seu coração.

do ofício

Publicado em 31/05/2011

Vieram me perguntar se meus escritos são para você
Respondi que sim
Mas é não
Escrevo para dentro
Alívio egoísta
Esvaziamento narcisista
Compartilhamento da solidão
Escrevo para que sofram comigo a tragédia que me veste
E as vísceras, os ossos, os músculos, o coração
E a alma que não há em mim
Você é só meu interlocutor preferido
Para quem eu me doei
Para quem eu me expus
Você é o verso que eu sempre cantei
Por isso te digo, por isso te escrevo,

por isso te amo.

o que você quer ouvir?

Publicado em 22/05/2011

você quer ouvir o que? você quer ouvir dos planos que eu fiz pra gente?
da droga que eu queria que inventassem pra eu nunca dormir quando você tá por perto?
das viagens que eu planejei fazer com você?
do nome dos moleques?
você quer ouvir os meus planos mais idiotas pra te fazer sorrir?
do amor que eu sinto e do quanto ele me torna fraca?
você quer ouvir talvez sobre meu coração que se comporta como uma criança doente cheia de vontades quando seu nome é pronunciado na televisão, no rádio ou numa roda de pessoas?
que eu morreria por você?
o que você quer ouvir?
Publicado em 22/05/2011

Ontem eu senti saudade. Quer dizer, ontem eu quis, de verdade, mais do que qualquer outro dia, te dar um abraço gostoso e te dizer o quão você é linda. Eu não quero que você pense que foi só ontem, na verdade é uma constante. Mas tem dias que dói tanto que eu tenho saudade dos detalhes mais inocentes, como segurar a sua mão.

um presente

Publicado em 05/05/2011

Eu sei que já faz muito tempo. Que as cartas se perderam para sempre. Que as músicas não tocam mais e que tudo, o meu sorriso, aqueles sonhos, a sua voz, tudo virou segredo. Assunto proibido. Eu não te penso. Não sinto falta daquele silêncio que só era confortável do seu lado e muito menos daquela nossa ligação telepática de conversar em pensamento. É tão difícil viver. Pesa tanto. Eu procuro seus detalhes em outros olhares e não há nada pior do que essa frustração de saber (e saber não ajuda) que nunca mais vou sentir alguém dessa forma. Não é desesperador? É procura em vão. Nada preenche. Ninguém toca tão fundo. É sempre eu pela metade. É essa vida de superfícies. De sentimentos rasos. De despedidas constantes. Que só servem pra me lembrar o quanto você é insubstituível. O quanto eu só me sinto viva e real do teu lado. O quanto todo mundo é pouco e sem graça perto de você. Me explica como é possível doer por dois e sentir em dobro. Porque eu não te espero, te esperando. Porque lembrar dói e mesmo assim eu escolho a dor a te esquecer. Porque de noite tudo fica maior e parece insuportável. Porque às vezes eu estou bem e do nada recebo um golpe mostrando o quanto você ainda vive em mim. Mas mesmo assim eu não te ligo. Eu não digo o seu nome em voz alta. Eu não te penso. Não te sinto. E como e difícil te negar, dessa forma. Mas e questão de sobrevivência, entende? Você virou o meu maior segredo.

Não escrevi esse texto, mas é meu. Foi um presente da minha queridíssima amiga Ana Luiza. Baseado em relatos históricos-sentimentais que descarrego nela todos os dias. Baseado no meu olhar, em nada, ou no amor. Seja como for - obrigada, Ana, por falar por mim. 
Publicado em 04/05/2011

E nessa brincadeira de inventar paixões, me tornei discípula devota do desassossego.

A parte que falta

Publicado em 04/04/2011

"Quando você saiu eu ainda fiquei lá. Sentada no banco, com os dois pés plantados no chão. Assim, já preparados para quando eu fosse me levantar. Fiquei esperando alguma coisa acontecer, alguma coisa externa que me tirasse de lá. Quase acenei desesperada pra você voltasse. Procurei nos bolsos alguma coisa pra te devolver também -  as chaves, um chiclete, uma bala. Te ligar e dizer 'volta, que eu esqueci de te entregar uma coisa'. Fiquei lá sentada. Te esperando. Quem sabe você não entrasse no carro e se lembrasse de que não tinha me beijado. E assim voltaria. (...)"

Despida

Publicado em 19/03/2011

Eu quis vestir você. Porque até os seus defeitos eram interessantes demais perto dos meus. Quando eu olhava nos seus olhos e via neles o filme mais fantástico do mundo, minha vontade de ser protagonista só crescia, vontade de ser seu par, seu par romântico para o resto da vida. E eu sabia que esse desejo era certo e não mudaria tão cedo, pois quando alguém lá de fora me decepcionava, me assustava, quando a chuva batia forte demais no telhado, era para os seus braços que eu corria e só então me sentia segura, amparada, amada por você. Somente com você. Eu quis que cada verso que saia da sua boca fosse mais do que dedicado a mim, quis que eles fossem parte de mim e é por isso que apesar de ter rasgado todas as cartas, os melhores eu sei na ponta da língua. Tentei imitar sua forma de falar, de se vestir, e quando ficava sozinha em casa, me via desfilando com suas roupas - largas nos ombros - olhando em cada espelho, imitando as feições que você tinha feito no dia anterior, durante uma conversa banal ou um trânsito violento. E quando os encontros se tornaram menos frequentes, eu não podia mais me vestir do nosso amor, não dava mais pra ser você, assim, descaradamente. Tive que me contentar com o furto de pequenos objetos. Objetos que eu tentava tragar quando você ia embora, para sentir o cheiro que muitas vezes nem existia. Hoje sei que esses furtos fazem parte do que sobrou de nós e são talvez a única prova concreta que restou do crime perfeito que você cometeu ao roubar meu coração.
Publicado em 22/02/2011

E ainda hei de inventar uma outra forma de lhe dizer o quanto o amo. Uma forma nova, tão sublime e eficaz, que quando falada, fará com que cada um dos seus poros sinta o amor entrando e transformando tudo que há dentro de você.
Publicado em 10/02/2011

Me diz quando foi que eu me tornei você,
para que eu possa voltar no tempo,
no exato momento de reverter o encanto.

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