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Publicado em 16/01/2014

a distância enfim nos alcançou
não pela primeira, nem pela última
vezenquando a vida há de nos afastar
para além do corpo físico

e para achar o caminho de volta
teremos que nos tatear no escuro
e quiçá nos agarrarmos desesperadamente

como quem tem
medo-pânico-pavor
não de perder o outro
mas de perder a si próprio

só sua respiração,
o barulho da sua respiração
despido de silêncio e roupa
anunciará o reencontro

e eu vou quebrar a calma
vou bater na sua cara,
vou cuspir na sua cara,
quando gritar em tom ensurdecedor
que não, eu não vou desistir de nós

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