Publicado em 16/03/2013
O vazio do mundo transformou minha solidão
Solitude
Vontade ímpar de ser um só. Muralha da China, muro de Berlim
Corpo estirado na cama e olhos fechados para a noite lá fora
Nada parece convidativo, os amores não valem mais
A cicatriz do amor é tinta na pele
Sorriso que rasga o rosto, lágrima que queima e corrói
Saudade também é cicatriz
N'outros tempos ferida viva
Sangrava sem se esgotar
Esgotava a mim, só
A ausência vermelha explodia
Me deixava vazia e fraca
Saudade hoje é carne morta
Eu não te amo, eu te reconstruo
Amar é reconstruir
Junto os cacos, limpo a bagunça
E construo algo mais bonito
Com a matéria prima do que foi quebrado
Te perdoei ontem, te perdoei hoje
Te perdoo pelo amanhã, para o resto da vida
A falta de atenção virá e me sentirei novamente só
Em tua boca estamparás o nome de outra
Ainda assim...
Te mostrarei a beleza da redoma
Que construí do que sobrou dos nossos versos, da nossa agonia