33

Publicado em 11/01/2014

assumo minha identidade
minha sina
minha obsessão

escrever

sozinha
tento reconhecer
a realidade
que me chega tão distante

aqui nada acontece
a chuva não cai
a música não toca
quase não existo
existo onde você está

sua boca molhada em preto e branco
eu, você, os barcos da ribeira
seu corpo, silhueta da lua
quase me sinto real

ao telefone, mamãe deseja lembranças
mal sabe ela
me lembro até do que não vivi

Marcadores