Publicado em 05/11/2013
meus dedos na sua boca e eu te desenhando no escuro. me desintegrando, entregando tudo a você. mesmo sabendo que o ato de foder viria no dia seguinte quando você esqueceria meu nome e meu endereço e se levantaria da cama antes que eu acordasse do sonho. eu te procuraria pela casa feito louca sem saber se foi real. desceria as escadas e descabelada sairia na rua, te procurando, olhando na mão e contramão atrás do que me deu sentido.
meus dedos na sua boca e eu te desenhando no escuro. me desintegrando, entregando tudo a você. mesmo sabendo que o ato de foder viria no dia seguinte quando você esqueceria meu nome e meu endereço e se levantaria da cama antes que eu acordasse do sonho. eu te procuraria pela casa feito louca sem saber se foi real. desceria as escadas e descabelada sairia na rua, te procurando, olhando na mão e contramão atrás do que me deu sentido.
meus dedos na sua boca e eu te desenhando no escuro.
meu nariz no seu ouvido e depois a língua e a palavra, qualquer palavra indecifrável dessas que só surgem em atos sublimes de amor. meu corpo no seu, poema de métrica perfeita se encaixando, cada toque uma estrofe, um verso a cada ato de inspirar e expirar, cada vez mais alto. letra por letra e eu percorrendo você com ares de arqueóloga, como uma pesquisa etnográfica em uma tribo desconhecida. atenta aos detalhes, curvas, cheiros, texturas.
meus dedos na sua boca e eu te desenhando no escuro.
meus dedos na sua boca e eu te desenhando no escuro.