Publicado em 23/07/2013
amarra meus pés segura minhas mãos
amordaça minha vida mas não limita minhas palavras
me prende aqui dentro fecha todas as saídas
mas me deixa viver nesse papel
passear entre essas linhas essas tintas esses sonhos
transformar amores medíocres em grandiosidades
nessa irrealidade onde pessoas pequenas
ocupam a folha inteira
e eu cresço junto mas cresço de verdade
alimentando a vontade de ser maior e melhor
aceitando a sina não imposta que escolhi
na qual a palavra precede o ato e o é ao mesmo tempo
já é tarde e o lirismo não vai mais me abandonar
irreversivelmente desistir de escrever seria desistir de tudo